sexta-feira, 17 de novembro de 2017

A BOTA DO SAPO- GRATIDÃO/SOLIDARIEDADE


GRAVURA 1: Era uma vez um sapo que morava dentro de uma bota. Era um sapo feliz porque aquela bota velha era para ele um palácio. Dentro da bota, lá no fundo, havia um armário, onde o sapo guardava sua comida: minhocas, miolo de pão e, principalmente, moscas, muitas moscas. A casa do sapo ficava à beira de um enorme lago azul. O sapo tinha tudo, menos amigos. Sabem por quê? Ele não ajudava ninguém! E ainda dizia: – Eu não preciso de ninguém. Não peço nada, não dou nada!

GRAVURA 2: Chegou o verão e o calor veio forte. Nem uma chuvinha caia do céu. Morreu a graminha, morreram as flores, a água secou e o lago azul virou um monte de lama. Todos os animais da vizinhança começaram a ficar com medo. Não havia água para beber, nem grama para comer. O único que não se preocupava era o sapo. Passava o dia cantando e tocando a sua violinha, feliz da vida. Para que se preocupar? O seu guarda-comida estava cheio e debaixo da bota havia um buraquinho cheio d’água. Os bichos, com medo de morrer de fome e sede, resolveram ir embora daquele lugar, por uns tempos. Combinaram que, todos juntos arranjariam onde ficar, juntos procurariam alimentos, juntos se defenderiam dos animais perigosos e assim a vida seria mais fácil até que tivessem condições de regressar às suas casas. Todos concordaram, menos o sapo. Ele falou que não precisava de ninguém e, por isso, não ajudava ninguém. E continuou no mesmo lugar de sempre. Os animais foram embora daquele lugar. Os peixinhos seguiram pelo riacho, D. Galinha seguiu pela estrada com seus filhotes. Os passarinhos e as borboletas voaram juntos.

GRAVURA 3: Um belo dia, porém, o céu ficou escuro, de repente, cheio de nuvens pesadas. Um vento forte começou a soprar. Pingos enormes de chuva começaram a cair até que se transformaram numa terrível tempestade. O aguaceiro que corria pelo chão começou a carregar a bota, até que virou, batendo numa pedra. O sapo deu com a cabeça na pedra. A testa fez um ferimento bem aberto e doía muito. – Socorro! Socorro! Estou ferido, vou morrer se não me acudirem, gritou apavorado o sapo. Mas não havia ninguém por ali.

GRAVURA 4: Ele continuou sozinho, muito tempo, aflito, quando ouviu uma voz que disse: – Calma, Sr. Sapo, eu estou aqui. Vou ajudá-lo. Vou levá-lo para minha casa. Era D. Tartaruga! Ela morava num buraco, protegido por pedras, tão escondidinho que os bichos acharam que ninguém morava ali.

GRAVURA 5: E o sapo foi para a casa de D. Tartaruga. Ela fez curativo nos seus ferimentos, deu-lhe comida e preparou-lhe uma boa caminha. O sapo ficou na casa de D. Tartaruga até ficar bom. Ela foi uma verdadeira mãezinha para ele. O sapo estava envergonhado. Ele que não queria ajudar ninguém, precisou de ajuda. Se não fosse D. Tartaruga, talvez, ele tivesse morrido.

GRAVURA 6: Quando aquele lugar voltou a ter água bastante e a grama tornou-se verdinha de novo, os animais voltaram para suas casas e tiveram uma grande surpresa. O sapo estava morando com D. Tartaruga dentro de outra enorme bota. Desde que D. Tartaruga adoeceu e não podia mais cuidar da sua casa, o sapo levou a amiga para a sua nova moradia. Cuidava dela como um bom filho deve fazer; cuidava das compras, limpava a casa e preparava o chá para aliviar as dores do reumatismo de D. Tartaruga. Todas as noites o sapo tocava a viola e cantava para alegrar a boa amiga, como se todo dia fosse dia de festa na bota do sapo.





















 

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